segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Explosão no Edifício Riqueza completa dois anos: Condôminos e Papais Noéis protestam na Praça Tiradentes

A explosão no restaurante Filé Carioca, que ficava no térreo do Edifício Riqueza, na Praça Tiradentes, no Centro do Rio, completou ontem (13) dois anos, mas o local continua interditado, prejudicando cerca de 130 condôminos que mantinham suas atividades comerciais no prédio. Para cobrar providências das autoridades e demais responsáveis e não deixar a tragédia cair no esquecimento por parte da sociedade, foi realizada na manhã desta segunda-feira (14) uma manifestação em frente ao prédio, na Praça Tiradentes, organizada pela recém-criada Associação dos Condôminos do Edifício Riqueza. O evento reuniu dezenas de pessoas, entre as quais, diversos Papais Noéis, alunos da Escola de Papais Noéis do Brasil, cuja sede ficava no quarto andar do imóvel interditado.

Vestidos a caráter ou simplesmente de camisa vermelha e gorro, mas com a inconfundível barba branca, os Papais Noéis, junto com os condôminos, cantaram o tradicional ‘Parabéns pra você’ em frente a um bolo, exibiram cartazes cobrando justiça e entoaram várias canções de Natal, além do conhecido “Ho! Ho! Ho!”. Também aproveitaram para gritar frases de protesto, como “Queremos nosso teto” e “El, el, el, revolta do Papai Noel”. Depois de cortado, o bolo foi distribuído aos pedestres que circulavam pela Praça Tiradentes.

A mobilização foi organizada pela recém-criada Associação dos Condôminos do Edifício Riqueza, que contratou o escritório do advogado Marcelo Bento para tomar providências no sentido de liberar o prédio para seus proprietários. “Os condôminos estão sem nenhum tipo de informação sobre o que acontece com o imóvel. Por isso, já deflagramos uma cão judicial contra a administração do prédio para sabermos em que pé estão as obras e o que foi feito com o prêmio do seguro. Não vemos ninguém trabalhando no edifício e os proprietários da unidades estão impossibilitados de trabalhar. Não há transparência por parte da Administração do Edifício Riqueza e queremos que o síndico dê explicações sobre isso. São mais de 100 unidades e a vida de muitas pessoas está prejudicada por conta dessa lentidão”, afirmou.

Para o ator e produtor cultural Limachem Cherem, fundador da Escola de Papais Noéis do Brasil, que em 20 anos de atividades já formou cerca de 500 ‘Bons Velhinhos’, a situação dos condôminos é crítica, pois muitos não têm como nem onde trabalhar e sobrevivem graças a familiares, amigos e ‘bicos’ que conseguem. “Isso é realmente uma vergonha. Além de não termos como trabalhar com dignidade, ainda somos obrigados a pagar IPTU e condomínio de um imóvel que não utilizamos, pois está interditado há dois anos. No meu caso, por exemplo, eu ainda pago o aluguel pelo uso de uma sala no Hotel Rio’s Presidente, pois não posso dar aulas aos Papais Noéis no meio da rua. Vamos começar um novo curso amanhã (15) e tivemos que atender candidatos em um banco aqui da Praça Tiradentes. Isso é inaceitável. É necessário que a Justiça faça alguma coisa o mais rápido possível”, disse ele, indignado.


Apesar dos transtornos, Limachem Cherem garantiu que o início do Curso de formação de Papai Noel está mantido para esta terça-feira, dia 15/10, das 14 às 18h, na Rua Pedro I, 19 (Hotel Rio’s Presidente). “Quem estiver interessado em fazer a inscrição, basta enviar e-mail para papainoeltapume@gmail.com ou ligar para o telefone (21) 2532-3066”, lembra.



Também revoltado com a situação do Edifício Riqueza, o cabeleireiro Sérgio Simão, proprietário do Salão Beleza Negra, que funcionava no terceiro andar do prédio há cerca de 20 anos, aproveitou para protestar de uma maneira original: atendeu clientes em uma cadeira, em plena Praça Tiradentes. “Não tenho como pagar minhas dívidas, pois não tenho onde trabalhar. Estamos nessa situação há dois anos e ninguém faz nada. Somos todos trabalhadores, cumprimos com nossas obrigações e pagamos nossos impostos, mas as autoridades não nos dão a mínima atenção”, reclamou o condômino.

  



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