quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Emoção marca passeio do Papai Noel em Realengo


A fisionomia denunciava o cansaço, fruto do trabalho intenso na coordenação do comboio dos Papais Noéis que distribuíram presentes durante toda a madrugada em vários bairros da cidade, mas o Bom Velhinho Limachem Cherem, fundador e diretor da Escola de Papai Noel do Brasil, fez, na manhã desta quarta-feira (25), dia de Natal, seu tradicional passeio pelas ruas de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Apesar de ter sido a 26ª edição do evento, este ano foi ainda mais especial, uma espécie de agradecimento: Cherem teve um grave problema de saúde ao longo de 2019, mas conseguiu superá-lo e agradeceu fazendo, novamente, a alegria da criançada.


"Papai Noel este ano teve um problema de saúde, mas, graças a Deus e pela oração de todos, está tudo bem e estamos aqui mais um ano, distribuindo presentes e a mensagem maior do Natal, que é de compaixão e amor ao próximo. Deus quis que eu estivesse aqui. Que 2020 seja com muita alegria para todos", disse o Bom Velhinho.


Cherem chegou cedo à Casa do Papai Noel, na Rua Dilson Funaro e, com a ajuda da filha, Sluchem Cherem, preparou-se e, como sempre fez ao longo dos anos, percorreu diversas ruas do bairro. Em alguns pontos, parou para atender o apelo de crianças e adultos, que queriam um abraço, um aperto de mão, beijos, tirar fotos ou apenas ganhar um carinho ou um aceno do Papai Noel em pleno dia de Natal.


Com bom humor, ele explicou o motivo de ter usado uma Kombi aberta ao invés da charrete que o acompanhou ao longo dos últimos anos. "As renas ficaram cansadas por conta da distribuição de presentes da noite anterior e tivemos de improvisar e arrumar uma solução de última hora", contou, aos risos.


Durante o passeio, mais um momento emocionante: o Papai Noel faz uma parada em frente ao monumento em homenagem às vítimas do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, local da tragédia que tirou a vida de 12 estudantes, em abril de 2011, assassinadas por um ex-aluno, que se matou em seguida. Cherem fez uma prece silenciosa, como forma de homenagear os estudantes e não deixar que este crime bárbaro caia no esquecimento. Hoje, porém, durante o ato pela lembrança dos jovens, uma senhora sentada na praça ao lado olhava, em silêncio, as estátuas. Era Inês Moraes da Silva, mãe de Igor Moraes da Silva, que morreu no atentado, aos 13 anos. Após a oração, o Papai Noel foi ao encontro de Inês e os dois se abraçaram, emocionados.


O ponto alto do passeio – que percorreu diversas ruas do bairro - foi a distribuição de 300 presentes para as crianças da localidade Jardim Novo, promessa feita há quase 30 anos. Nascido em Barra Mansa, na região Sul Fluminense, Cherem teve uma infância humilde e difícil. Por isso, prometeu que iria distribuir presentes no Natal, como forma de agradecer o que conquistara ao longo da vida. “No ano passado, quando a Escola de Papai Noel do Brasil completou 25 anos de existência, considerei que já havia cumprido minha missão. Foram anos seguidos de alegria, choro e emoção. Não me arrependo de nenhum deles, mas, tenho novos desafios, além do cansaço natural, que chega com a idade. Neste ano fiquei doente e me recuperei. E prometi que iria continuar levando alegria para as crianças de Realengo. E aqui estou eu”, disse ele, com as lágrimas descendo pelo rosto, após entregar o último presente.

 


 






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